"...Cidade do Rio de Janeiro, Zona sul, garota de Ipanema. Você quer morar lá. Tem
money? Não. Então, não pode não..."
O fim de semana passou; Passou também minha vontade de conhecer o Cristo Redentor na cidade do Rio de Janeiro. Eis então que levo em ombros, ombros cansados, minha mochila, meu par de amigos e minha namorada e vou me aventurar em terra brasilis na chamada cidade maravilhosa.
Ao chegar em terras carioca, velha capital de nosso tão querido Brasil fomos recepcionados por alegres moças que despacham sua bagagem. Todas elas sorridentes e brincalhonas. Adoraram o comentário de que minha bagagem havia sido extraviada para o Acre. Mas, não foi.
A poucos instantes no Rio de Janeiro já fomos gentilmente atendidos pelo serviço de TAXI, onde quem nos levaria seria o gentil e não tão fã de Copacabana Sr. Gilmar.
Entenda, Gilmar era nosso motorista de TAXI, o primeiro deles, a nos atender e fazer os comentários que todo turista gostaria de ouvir estando em terras nunca antes visitadas, pelo menos para passeio. Certamente que nossa preocupação era com nossa segurança e logo nos informamos com o Sr. Gilmar sobre a segurança no RJ. Segundo nosso entusiasmado motorista, o RJ assim como qualquer outra grande cidade sofre de uma criminalidade, uma criminalidade exposta pela mídia marrom que "queima o filme" dessas cidades. Em nosso percurso nos deparamos com um placa que deveria informar alguma coisa, mas estava com uma coloração avermelhada, onde, logo pensamos: - Esfregaram alguém nesta placa. Não deveria ser isso, mas sabe como é, a visão de que o RJ é uma terra de bárbaros ainda tatuada em nossa mente, graças aos enfoques globais que poluem nossa visão nos fizeram temer ao ver a imagem. Seguindo nosso caminho até a uma das praias mais famosas do mundo "assim dizia o site do hotel que ficaríamos" chegamos a Copacabana. E claro nossa curiosidade de turista paulista não poderia sair sem perguntar: - Seu Gilmar, aqui é bom? E recebemos um; - Err, Err... é bom, mas não é o lugar mais bonito, tem muita garota de programa, é um antro de prostituição. Logo eu e meu inseparável amigo Leandro nos sentimos em casa. Nossas respectivas companheiras não devem ter gostado muito.
Mesmo Copacabana sendo um "antro de prostituição" algo que logo notaríamos, não teve problema algum em nos hospedar no Hotel A Temporada.
Entenda o Hotel A Temporada não tem nenhuma placa avisando que ele é um Hotel ou mesmo pousada. Ele simplesmente é um prédio de apartamentos onde residem algumas pessoas, e os quartos vagos são utilizados para suprir as necessidades de turistas sem grana como nós que gostaríamos de ficar em Copacabana, digo, uma das melhores praias do mundo.
O Hotel de fato tinha outro nome, condomínio "não lembro o que", mas de todo modo para nós era um Hotel, o Hotel A Temporada.
Já confortavelmente instalados em nossos quartos, trocamos de roupa e fomos nos aventurar pelo bairro, conhecer o povoado, os bares, restaurantes, enfim as coisas que o site do Hotel A Temporada dizia ter por perto. Paramos em um restaurante onde logo fomos muito bem atendidos pelo também gentil Sr. Geraldinho que nos ofertou a carta do restaurante.
Entenda, como bom homem e decido que sou não fiquei fazendo graça e logo fiz o meu pedido: - Eu vou querer esse aqui (esse aqui era o prato que tinha arroz um bife e batatas fritas) e uma Heineken (cerveja amarga de garrafa verde) para fazer média claro. No entanto meu sagaz companheiro achou que o dito restaurante monta os pratos como se monta as peças "LEGO" e foi pedindo um prato que o Sr. Geraldinho já não tão gentil demorou a entender.
Entenda, meu sagaz amigo queria frango a parmegiana e purê de batatas, porém, levou mais de 15 minutos para eles chegarem a uma conclusão.
Bem alimentados, digamos que não tão bem assim, porém já de estomago forrado como diz minha mãe, ficamos de bate papo e observando. Observamos que o bar estava tomado por garotas com corpos à mostra e bem sensuais. Não creio que elas estavam vindas da missa. Poucos instantes depois, e foram poucos mesmo, já havia um numero bem maior de garotas simpáticas no restaurante e alguns senhores bem afoitos em busca de carinho e atenção. Creio que boa parte deles eram estrangeiros, e os poucos brasileiros certamente estavam em algum congresso, pelo menos deve ter sido isso que eles devem ter dito a suas senhoras.
Saímos do restaurante e fomos caminhar por Copacabana, digo, uma das melhores praias do mundo. Eis que ao caminharmos em busca de um supermercado fomos abruptamente parados por um gentil Taxista que quase jogou seu carro no meio da calçada para dizer que meu inestimável amigo era o ET, sim, aquele mesmo, aquele rapaz pequenino desprovido de beleza externa. Isso veio até a chatear meu já inconsolado amigo pelo menos até chegarmos ao supermercado aonde ele viria, a saber, que tinha um filho de 15 anos e meio metro de altura.
Entenda a cidade do RJ de fato é maravilhosa e sua paisagem realmente fascina, no entanto a discrepância social é enorme. Enquanto por um lado estamos em uma das melhores praias do mundo, por outro convivemos com o lado mais pobre e sombrio da cidade. Fomos abordados por um jovem rapaz que nos pediu um pequeno montante para que possamos auxiliá-lo na compra de comida para sua família.
Entenda, não damos dinheiro pra ninguém, logo meu benfeitor amigo se propôs a comprar leite para o garoto. Este ficou a todo instante atrás de meu já emputecido, porém benéfico amigo, até que comprássemos o leite e algo que não me lembro o nome, mas deve ser pra fazer mingau. Despedimos-nos do até então filho de meu procriador amigo e seguimos de volta ao Hotel para nossa primeira noite em terras carioca.
Amanha continuo com as aventuras de quatro amigos em terras cariocas.